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A NOVA JERUSALÉM
“Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão" "E vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que descia do céu da parte de Deus, adereçada como uma noiva ataviada para o seu noivo." Essa é a fantasia judaica que os cristãos herdaram: a cidade santa e o reino eterno.
A previsão de uma nova Jerusalém e um reino eterno parece que foi feita no início do cativeiro babilônico, quando os judeus ainda não conheciam a crença na ressurreição dos mortos. Assim está no profeta Isaías:
Naqueles dias, quando, frustrada a promessa de um reino eterno com a queda da Assíria, os judeus estavam submetidos ao novo império: Babilônia. Então apareceu a profecia de Isaías acima citada. Babilônia cairia, e o reino do mundo seria entregue ao povo escolhido de Yavé. Seria chamado de novos céus e nova terra; pois nunca mais o povo de Yavé seria oprimido; as pessoas teriam uma longa vida (quem morresse com cem anos estaria morrendo jovem); até o lobo e o leão deixariam de ser carnívoros, e nenhum mal. Mas, observem, nada de imortalidade, nada de ressurreição. Isso, porque até aqueles dias, as crenças dos judeus ainda eram outras, eles nada sabiam sobre ressurreição dos mortos.
No cativeiro babilônico, os judeus conheceram novas crenças, entre elas a ressurreição, que deu muita força para eles. Nada melhor do que um dia depois da morte voltar viver! Além disso, aprenderam que, quando chegasse o dia da ressurreição, não haveria mais sofrimento. Isso é maravilhoso! É fantástico!
Caiu Babilônia. Só faltava a nova Jerusalém e o domínio judaico do mundo. Os medo-persas permitiram os judeus exilados retornarem para a sua terra. Tudo parecia estar dando certinho conforme dizia a profecia. Só faltava agora eles assumirem o poder.
MAS...
Apareceu Alexandre, o Grande. Alexandre dominou os medos e persas
e tomou conta de todo o mundo conhecido pelos judeus. Daí para a
frente a sorte deles começou a piorar novamente. Nada de
estabilidade em Jerusalém. Como a morte de Alexandre e a divisão
do império grego entre os quatro gerais, Cassandro, Lisímaco, ptolomeu e
Seleuco, agravou-se ainda mais.
Como os seleucos dominaram a área onde estavam os judeus, um dia veio o
rei Antíoco IV e fez o pior: destituiu o ungido sumo-sacerdote judeu, chamado Onias, e colocou seus sacerdotes para
sacrificar animais que os judeus consideravam imundos, como porco, por
exemplo.
Esse período foi, segundo eles, "um tempo de tribulação, qual
nunca houve, desde que existiu nação até aquele tempo" (Daniel, 12:1).
Nesse tempo, Judas Macabeu preparou seu exército e conseguiu retomar o
poder em Judá. Então, surgiu a profecia que, detalhando todos
aqueles acontecimentos (capítulos 8 a 12) dizia que, após aquela grande
tribulação, os domínios do mundo seriam entregues aos "santos do
altíssimo", ou seja, o povo judeu.
A previsão era: "E desde o tempo em que o holocausto contínuo for
tirado, e estabelecida a abominação desoladora, haverá mil duzentos e
noventa dias. Bem-aventurado é o que espera e chega aos mil
trezentos e trinta e cinco dias" (Daniel, 12: 11, 12). Antíoco
tinha abolido o holocausto contínuo, e, cerca de três anos e meio
depois, Judas havia restabelecido o santuário, voltando o sacrifício a
ser oferecido novamente todas as tardes e manhãs. Novamente,
só faltava os judeus dominarem o mundo.
Como das outras vezes, os judeus não foram muito adiante.
Vieram os romanos e dominaram tudo. Novamente, só restou aos
judeus surgir aquele rei salvador, que deveria ter surgido nos dias da
Assíria. É por isso que vários judeus tentaram tomar o
poder e foram executados pelos romanos.
Devido à completa falta de referência a Jesus e ao cristianismo no
primeiro século da nossa era, deduzimos que foi lá pelo final desse
referido primeiro século que surgiu o novo movimento religioso, que
pregava que seu líder executado pelos romanos era o salvador previsto
pelos profetas (Ver
ORIGEM DO CRISTIANISMO)
Entre os diversos escritos cristãos, no apocalipse foram repetidas
várias profecias do passado, principalmente as de Daniel, com acréscimo
de muitas coisas. Entre essas profecias, repetiu-se a de
Isaías que deveria ter cumprimento após a queda de Babilônia: a nova
Jerusalém. É por esse motivo, que Roma foi chamada de Babilônia no
Apocalipse.
Todavia, a nova Jerusalém do Apocalipse já seria uma nos moldes da nova
crença judaica, nela já não existiria pecado, não existiria morte, e os
seus habitantes já seriam na maioria pessoas ressuscitadas, tudo
sobrenatural.
"E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já se foram o primeiro céu
e a primeira terra, e o mar já não existe. E vi a santa
cidade, a nova Jerusalém, que descia do céu da parte de Deus, adereçada
como uma noiva ataviada para o seu noivo. E ouvi uma grande voz,
vinda do trono, que dizia: Eis que o tabernáculo de Deus está com os
homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e Deus mesmo
estará com eles. Ele enxugará de seus olhos toda lágrima; e não
haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem dor;
porque já as primeiras coisas são passadas. E o que estava
assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E
acrescentou: Escreve; porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.
Disse-me ainda: está cumprido: Eu sou o Alfa e o ômega, o princípio e o
fim. A quem tiver sede, de graça lhe darei a beber da fonte da água da
vida. Aquele que vencer herdará estas coisas; e eu serei seu Deus, e ele
será meu filho. Mas, quanto aos medrosos,
e aos incrédulos, e aos
abomináveis, e aos
homicidas, e aos adúlteros, e aos
feiticeiros, e aos
idólatras, e a todos os mentirosos,
a sua parte será no lago ardente de fogo e enxofre, que é a segunda
morte." (Apocalipse, 21: 1-8). E a lista dos excluídos vai
mais longe quando se consulta Paulo:
"nem os adúlteros, nem os
efeminados, nem os
sodomitas" (I Coríntios, 6: 9). Se você pula a cerca, você
estará fora. Se você for homossexual, também; e ainda que não
tenha relações extraconjugais, nem seja homossexual, basta praticar sexo
anal para ser barrado na porta da cidade e ser lançado naquele lago de
fogo sem fim. Horrível, não é?!!! Assim seria a nova Jerusalém dos
cristãos, não uma Jerusalém normal, com uma vida de trabalho,
envelhecimento e morte (Isaías, 65: 17 a 25), mas uma cidade
sobrenatural, onde as pessoas não envelhecem, nem morrem, nem sente dor,
tudo uma maravilha, como os crentes pediram a deus. Não sei o que
pensam esse padres e pastores pedófilos. Eles se enquadram na
lista dos "devassos" (I Coríntios, 6: 9), que também estão excluídos do
reino dos céus.
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